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#04 Criatividade e negócio, como conciliar?

À primeira vista, criatividade e negócio podem parecer antagónicos, mas quando se fala de gestão numa área criativa somos obrigados a encarar esta dualidade e, até, a tirar partido dela. Como garantir que o cumprimento dos objetivos financeiros não nos transforma numa linha de montagem? Pode o gestor ser criativo? Neste quarto artigo da série Doze meses, doze temas, Marcus Cerdeira e Catarina Norton falam dos desafios de gerir uma indústria criativa. 

 

Criatividade e negócio, como conciliar?

A criatividade não se limita só às áreas criativas, acho que temos de ser criativos independentemente da nossa área profissional. Nos tempos que correm, com as evoluções tão rápidas, que surgem dia após dia e semana após semana, a criatividade tem de ser uma qualidade transversal às várias facetas que fazem parte da gestão de uma empresa. No nosso caso, como o teor da nossa empresa lida com a criatividade temos, no fundo, quase estas duas criatividades: uma criatividade pura, que é o objeto do nosso trabalho, mas depois também temos também de saber transpô-la da melhor maneira possível para as todas as áreas mais administrativas ou “burocráticas”, ligadas diretamente à gestão de uma empresa.  (Marcus Cerdeira)

Não só acho que é possível conciliar, mas que é verdadeiramente fundamental fazê-lo. A criatividade e o negócio são duas coisas que andam sempre em paralelo, quase que de mãos dadas. É a criatividade, enquanto processo gerador de ideias e de materialidades, que vai dar resultados diferenciadores, e são estes resultados diferenciadores que, em termos de negócio, nos vão fazer destacar de tudo e de todos. Aparece aqui nesta gestão um desafio imenso que tem a ver com o tempo que nós atribuímos a essa parte criativa. Encontrar esse equilíbrio é encontrar a chave do sucesso. (Catarina Norton)

 

O ato criativo é muitas vezes descrito como um sopro, um momento imprevisível e incalculável. Podemos domá-lo?

Sobretudo se falamos da gestão da empresa, não podemos deixar a criatividade fluir ad eternum. É fulcral encontrar o ponto de equilíbrio, perceber onde se põe o travão, se lhe podemos mesmo chamar travão... Em todo o caso, ao contrário do que se possa pensar, a criatividade não é algo que flui de uma maneira desorganizada – aquela coisa do brainstorming sem eixo – não. Há a possibilidade de sermos verdadeiramente diferenciadores quando somos criativos na forma como gerimos a empresa. A forma como se planifica, como se cria uma linha, um plano para todas as pessoas, onde se encaixam as várias tarefas, é, em si diferenciador. E é, antes de tudo, um trabalho criativo. Ser criativo é conseguir organizar de uma maneira “feliz”, uma série de situções que têm a ver com a nossa vida, com a nossa cultura, experiências, e ir afunilando até alcançar o produto ou resultado final. É um processo de organização e planeamento. (Marcus Cerdeira)

Não descreveria o ser criativo como algo 100% espontâneo e desorganizado. Existem esses momentos, como é óbvio, mas o ser-se verdadeiramente criativo passa por saber reconhecê-los e dar-lhes forma. Acredito mesmo que há quase que uma grelha muito matemática por trás do nosso pensamento criativo – e isto é a chave do sucesso. Surge aqui outra questão que acho verdadeiramente interessante e que tem a ver com não andarmos perpetuamente à procura do resultado perfeito, não nos perdermos em milhares de opções e idealizações, o que importa, acima de tudo, é sermos capazes de dar a melhor resposta para determinado momento. (Catarina Norton)

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À primeira vista, criatividade e negócio podem parecer antagónicos, mas quando se fala de gestão numa área criativa somos obrigados a encarar esta dualidade e, até, a tirar partido dela. Como garantir que o cumprimento dos objetivos financeiros não nos transforma numa linha de montagem? Pode o gestor ser criativo? Neste quarto artigo da série Doze meses, doze temas, Marcus Cerdeira e Catarina Norton falam dos desafios de gerir uma indústria criativa. 

 

Criatividade e negócio, como conciliar?

A criatividade não se limita só às áreas criativas, acho que temos de ser criativos independentemente da nossa área profissional. Nos tempos que correm, com as evoluções tão rápidas, que surgem dia após dia e semana após semana, a criatividade tem de ser uma qualidade transversal às várias facetas que fazem parte da gestão de uma empresa. No nosso caso, como o teor da nossa empresa lida com a criatividade temos, no fundo, quase estas duas criatividades: uma criatividade pura, que é o objeto do nosso trabalho, mas depois também temos também de saber transpô-la da melhor maneira possível para as todas as áreas mais administrativas ou “burocráticas”, ligadas diretamente à gestão de uma empresa.  (Marcus Cerdeira)

Não só acho que é possível conciliar, mas que é verdadeiramente fundamental fazê-lo. A criatividade e o negócio são duas coisas que andam sempre em paralelo, quase que de mãos dadas. É a criatividade, enquanto processo gerador de ideias e de materialidades, que vai dar resultados diferenciadores, e são estes resultados diferenciadores que, em termos de negócio, nos vão fazer destacar de tudo e de todos. Aparece aqui nesta gestão um desafio imenso que tem a ver com o tempo que nós atribuímos a essa parte criativa. Encontrar esse equilíbrio é encontrar a chave do sucesso. (Catarina Norton)

 

O ato criativo é muitas vezes descrito como um sopro, um momento imprevisível e incalculável. Podemos domá-lo?

Sobretudo se falamos da gestão da empresa, não podemos deixar a criatividade fluir ad eternum. É fulcral encontrar o ponto de equilíbrio, perceber onde se põe o travão, se lhe podemos mesmo chamar travão... Em todo o caso, ao contrário do que se possa pensar, a criatividade não é algo que flui de uma maneira desorganizada – aquela coisa do brainstorming sem eixo – não. Há a possibilidade de sermos verdadeiramente diferenciadores quando somos criativos na forma como gerimos a empresa. A forma como se planifica, como se cria uma linha, um plano para todas as pessoas, onde se encaixam as várias tarefas, é, em si diferenciador. E é, antes de tudo, um trabalho criativo. Ser criativo é conseguir organizar de uma maneira “feliz”, uma série de situções que têm a ver com a nossa vida, com a nossa cultura, experiências, e ir afunilando até alcançar o produto ou resultado final. É um processo de organização e planeamento. (Marcus Cerdeira)

Não descreveria o ser criativo como algo 100% espontâneo e desorganizado. Existem esses momentos, como é óbvio, mas o ser-se verdadeiramente criativo passa por saber reconhecê-los e dar-lhes forma. Acredito mesmo que há quase que uma grelha muito matemática por trás do nosso pensamento criativo – e isto é a chave do sucesso. Surge aqui outra questão que acho verdadeiramente interessante e que tem a ver com não andarmos perpetuamente à procura do resultado perfeito, não nos perdermos em milhares de opções e idealizações, o que importa, acima de tudo, é sermos capazes de dar a melhor resposta para determinado momento. (Catarina Norton)