Artigos Reconhecimentos

Projetar e atuar

Miguel Martins Santos conhece Pepe Rapazote na Faculdade de Arquitetura, experimentaram em conjunto o teatro, acabando Miguel por seguir um caminho e, Pepe, outro. Em 2019, Pepe desafia o Fragmentos a desenhar aquela que gostaria que fosse a sua “última morada”. Projetar para um cliente final é sempre um processo emocional que se torna ainda mais intenso quando esse cliente é um amigo, e, mais do que isso, um amigo arquiteto!

Miguel Martins Santos esteve à conversa com Pepe Rapazote sobre a amizade de longa data, as semelhanças e diferenças entre projetar e atuar, e a nova casa de Pepe, um projeto Fragmentos que pode ser considerado uma coautoria, onde o ator teve oportunidade de voltar a ser arquiteto.

A nossa amizade conta já com largas décadas. Primeiro a arquitetura, que é aí que nos conhecemos, na Escola de Belas Artes de Lisboa, vinhas tu do Porto e fazes cá o último ano. Como foi esta passagem do Porto para Lisboa? (Miguel Martins Santos)

Já dei muitas entrevistas a falar mal da escola do Porto, mas não se trata de falar mal da escola, que é a melhor do mundo, mas da política. A política partidária dominava a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. E fazia com que houvesse decisões deontológicas, da direção, do corpo docente, totalmente dependentes de partido político. Houve, aliás, um determinado ano em que vários professores decidiram tirar um ano sabático e ficámos sem corpo docente para lecionar. Face a isto, a proposta da universidade foi a seguinte: quatro anos de ensino e os últimos dois para estágio, depois do 5º ano de estágio voltam para «a escolinha». Foi aí que disse que não, nem pensar, e fui para Lisboa.  À parte destas questões políticas, a escola de arquitetura do Porto é mesmo uma escola, é escolástica, ensina a pensar. Nós começamos a pensar que é uma escola de linguagem, quando, na verdade, é muito mais do que isso. Sim, existe uma linguagem, um estilo de desenho, mas isto tudo parte da escolástica, do pensamento. Havia uma coisa que se dizia sempre no Porto e continua a dizer-se: “Eu quero que justifiques sempre o que fizeste, bonito não é resposta”. Isto é algo que levei comigo para Lisboa e para a vida. (Pepe Rapazote)

É engraçado que nos tornamos amigos muito rapidamente e vamos os dois fazer um curso de teatro, espicaçados por uma amiga em comum. Desse curso vamos para a Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, fundámos o grupo de teatro Altacena e diria que foi por essa altura que fizeste o switch para a atuação. Tenho ideia de estares a fazer uma peça do Francisco Nicholson – O Lixo – e que ele vai ver a peça e acaba por convidar-te para a televisão. Um caminho sem retorno. Porém, nesta altura, ainda trabalhavas em atelier e fazias projeto. Durante quanto tempo é que concilias arquitetura e teatro? (Miguel Martins Santos)

Na altura já eu tinha feito uma peça a pagar bilhetes, mas foi nesse momento, em que surge o convite de Francisco Nicholson, que me comecei a desencaminhar da arquitetura e fui por aí fora. Comecei a trabalhar (em atelier) em 1994 e diria que me afastei definitivamente, larguei o último pincel, em 2005. Eu sou muito perfecionista, dizem que os Virgem são assim, e tanto na arquitetura como no teatro, quando alguém chega a uma conclusão muito depressa eu digo “uau”, tenho uma admiração enorme. É muito fácil para mim querer entrar em detalhe, querer saber a origem das coisas e levar tudo ao último pormenor e a arquitetura nem sempre permite isto, sobretudo se não queremos ter prejuízo! Face aos prazos cada vez mais apertados começamos a ganhar uma tendência para criar fórmulas e é algo que eu acredito que deve ser evitado. Na faculdade fazia-se um exercício do tipo: “o teu terreno é o deserto do Saara, um plano que só tem areia até perder de vista. Faz o que tu quiseres.” e isto é das coisas mais exigentes que se pode pedir a um arquiteto porque não há espaço para fórmulas. (Pepe Rapazote)

Tens toda a razão. Lembro-me perfeitamente de assistir a uma conferência do Siza Vieira, estávamos nós na universidade, a propósito da reconstrução do Chiado. Alguém na plateia diz algo do género “Sente-se preparado para aquele que provavelmente será o maior desafio na sua carreira até agora?” ao que o Siza responde, “Este é talvez um dos projetos mais fáceis que eu tenho. As imposições são tantas, as condicionantes são tão claras, que o círculo está quase fechado.” (Miguel Martins Santos)

Fundamentalmente foi isto, fiz uma escolha que me permite ser criativo de outra maneira. Independentemente de ter seguido outro caminho, continuo um apaixonado por arquitetura. Vou fazendo arquitetura de outra forma, noutra escala, à minha maneira. (Pepe Rapazote)

Num projeto de arquitetura, o cliente tem duas funções primordiais: primeiro, a vontade de fazer, e, depois, ajudar a definir bem o programa-base. Quanto mais cúmplice for essa relação, mais fácil é.  Nós já eramos amigos, mas também foi importante não estragar a relação, que às vezes acontece!  Diz-se muitas vezes que o arquiteto foge de desenhar a sua própria casa. No teu caso, que continuas a ter um arquiteto bem vivo dentro de ti, acabaste por desenhar muito esta casa. Isto é claramente uma parceria, uma co-autoria. Todos os dias olhas e pensas, hoje já fazia de outra forma… ou não? (Miguel Martins Santos)

Olha que, por acaso, foi uma coisa na qual não pensei muito (estragar a amizade) por vezes sou um bocadinho inconsequente. Mas apesar disso, correu bem! Até porque a amizade permite-nos ser mais honestos, permite-nos parar e dizer “calma, vamos fazer assim, vamos fazer assado”. Entraste no processo muito cedo, ainda antes de comprar o terreno. Liguei-te para saber o que achavas deste terreno, que não era nada óbvio, mas que tinha algum valor para mim. Os arquitetos têm essa facilidade de olhar para terrenos ou para casas que são para reabilitar e ver já o final. Qualquer pessoa que esteja na localização onde nos encontramos neste momento é capaz de dizer “não, nem pensar, vou procurar outro terreno”. E aqui resolveu-se com arquitetura, de facto. E é verdade o que dizes, tenho um arquiteto bem vivo dentro de mim que usou esta casa como uma caixa de experiências, um sítio onde experimentei duas ou três coisas que não tinha a certeza se iriam funcionar, mas que tinha mesmo de testar. O desenho da casa, a escolha dos acabamentos, o objetivo é que sejam espaços vividos. Portanto, não, não mudava coisa nenhuma, está delicioso, extraordinário. Eu acho que a casa está super eclética e tem coisas que me dizem muito. Algumas com 400 anos, outras com 300, outras com 100, outras com nenhum, outras do Ikea. A família ainda está num processo de habituação, porque realmente houve aqui um grande aumento de escala, estávamos habituados a estar os quatro todos juntos, na mesma divisão, e aqui há espaço, há eco, a voz já não viaja tão bem de uma divisão para a outra. Projetar uma casa e habitá-la é um processo, uma aprendizagem, sem livro de instruções. E ainda bem. (Pepe Rapazote)

A arquitetura, e isso é um dos pontos de contacto que tem com o teatro, é obviamente um trabalho de grupo, um trabalho de equipa. Não consegues fazer uma excelente peça de teatro se fores o único ator fabuloso e os outros forem todos razoáveis ou maus. (Miguel Martins Santos)

Para além da equipa do Fragmentos, que foi incansável, queria referir aqui uma terceira entidade – o engenheiro Fernando Domingos da Socifago – que ficou um grande amigo para sempre. O Fernando trouxe muito e também aprendeu muito nesta obra. Eu tenho aqui elementos, por exemplo, o betão polido do chão, que tinha tudo para correr mal, mas que acabou por correr muito bem e que acredito que se voltará a repetir. Arquitetos e não arquitetos sabem a importância de um bom empreiteiro, de um que sabe ouvir, que é flexível e respeita os desenhos. Em pré-adolescente lembro-me de pensar “Bom, acho que aquele senhor está a fazer isto mal, mas quem sou eu, tenho 13 anos, não tenho experiência nenhuma e este senhor faz isto há muito”, humildade, modéstia (risos). Depois percebi que estava mesmo a fazer mal… e tinha 75 anos. Portanto, quando ouvimos aquela coisa do “eu faço isto há 50 anos”, muito bem, então faz isto mal há 50 anos. A antiguidade não nos dá competência, quando muito, dá-nos incompetência e uma incapacidade em reconhecer os erros e melhorar. Saber reconhecer isto, quer para um empreiteiro, quer para um arquiteto, é fundamental para um bom projeto. Fazer projetos sozinho é uma coisa impensável. E eu aqui estive sempre muito presente nas várias fases até menos como cliente do que como parte desta equipa. (Pepe Rapazote)

No limite, como um projeto nunca está feito, uma peça de teatro nunca está suficientemente ensaiada, porque há sempre qualquer coisa… Depois de habitado, depois de virem cá os teus amigos, a tua família, de veres como é que as pessoas se movimentam, como é que usam a casa, é que podemos dizer que o projeto está concluído. (Miguel Martins Santos)

Há um boost gigantesco com a estreia e há um boost gigantesco com a construção e, claro, com o habitar. A casa ganha vida com a família e vai evoluindo com ela. Por exemplo, quando alguém está nos azeites, a casa leva por tabela. A casa e os autores do projeto. Se sentires as orelhas quentes às onze da noite já sabes o que é! (Pepe Rapazote)

Miguel Martins Santos conhece Pepe Rapazote na Faculdade de Arquitetura, experimentaram em conjunto o teatro, acabando Miguel por seguir um caminho e, Pepe, outro. Em 2019, Pepe desafia o Fragmentos a desenhar aquela que gostaria que fosse a sua “última morada”. Projetar para um cliente final é sempre um processo emocional que se torna ainda mais intenso quando esse cliente é um amigo, e, mais do que isso, um amigo arquiteto!

Miguel Martins Santos esteve à conversa com Pepe Rapazote sobre a amizade de longa data, as semelhanças e diferenças entre projetar e atuar, e a nova casa de Pepe, um projeto Fragmentos que pode ser considerado uma coautoria, onde o ator teve oportunidade de voltar a ser arquiteto.

A nossa amizade conta já com largas décadas. Primeiro a arquitetura, que é aí que nos conhecemos, na Escola de Belas Artes de Lisboa, vinhas tu do Porto e fazes cá o último ano. Como foi esta passagem do Porto para Lisboa? (Miguel Martins Santos)

Já dei muitas entrevistas a falar mal da escola do Porto, mas não se trata de falar mal da escola, que é a melhor do mundo, mas da política. A política partidária dominava a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. E fazia com que houvesse decisões deontológicas, da direção, do corpo docente, totalmente dependentes de partido político. Houve, aliás, um determinado ano em que vários professores decidiram tirar um ano sabático e ficámos sem corpo docente para lecionar. Face a isto, a proposta da universidade foi a seguinte: quatro anos de ensino e os últimos dois para estágio, depois do 5º ano de estágio voltam para «a escolinha». Foi aí que disse que não, nem pensar, e fui para Lisboa.  À parte destas questões políticas, a escola de arquitetura do Porto é mesmo uma escola, é escolástica, ensina a pensar. Nós começamos a pensar que é uma escola de linguagem, quando, na verdade, é muito mais do que isso. Sim, existe uma linguagem, um estilo de desenho, mas isto tudo parte da escolástica, do pensamento. Havia uma coisa que se dizia sempre no Porto e continua a dizer-se: “Eu quero que justifiques sempre o que fizeste, bonito não é resposta”. Isto é algo que levei comigo para Lisboa e para a vida. (Pepe Rapazote)

É engraçado que nos tornamos amigos muito rapidamente e vamos os dois fazer um curso de teatro, espicaçados por uma amiga em comum. Desse curso vamos para a Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, fundámos o grupo de teatro Altacena e diria que foi por essa altura que fizeste o switch para a atuação. Tenho ideia de estares a fazer uma peça do Francisco Nicholson – O Lixo – e que ele vai ver a peça e acaba por convidar-te para a televisão. Um caminho sem retorno. Porém, nesta altura, ainda trabalhavas em atelier e fazias projeto. Durante quanto tempo é que concilias arquitetura e teatro? (Miguel Martins Santos)

Na altura já eu tinha feito uma peça a pagar bilhetes, mas foi nesse momento, em que surge o convite de Francisco Nicholson, que me comecei a desencaminhar da arquitetura e fui por aí fora. Comecei a trabalhar (em atelier) em 1994 e diria que me afastei definitivamente, larguei o último pincel, em 2005. Eu sou muito perfecionista, dizem que os Virgem são assim, e tanto na arquitetura como no teatro, quando alguém chega a uma conclusão muito depressa eu digo “uau”, tenho uma admiração enorme. É muito fácil para mim querer entrar em detalhe, querer saber a origem das coisas e levar tudo ao último pormenor e a arquitetura nem sempre permite isto, sobretudo se não queremos ter prejuízo! Face aos prazos cada vez mais apertados começamos a ganhar uma tendência para criar fórmulas e é algo que eu acredito que deve ser evitado. Na faculdade fazia-se um exercício do tipo: “o teu terreno é o deserto do Saara, um plano que só tem areia até perder de vista. Faz o que tu quiseres.” e isto é das coisas mais exigentes que se pode pedir a um arquiteto porque não há espaço para fórmulas. (Pepe Rapazote)

Tens toda a razão. Lembro-me perfeitamente de assistir a uma conferência do Siza Vieira, estávamos nós na universidade, a propósito da reconstrução do Chiado. Alguém na plateia diz algo do género “Sente-se preparado para aquele que provavelmente será o maior desafio na sua carreira até agora?” ao que o Siza responde, “Este é talvez um dos projetos mais fáceis que eu tenho. As imposições são tantas, as condicionantes são tão claras, que o círculo está quase fechado.” (Miguel Martins Santos)

Fundamentalmente foi isto, fiz uma escolha que me permite ser criativo de outra maneira. Independentemente de ter seguido outro caminho, continuo um apaixonado por arquitetura. Vou fazendo arquitetura de outra forma, noutra escala, à minha maneira. (Pepe Rapazote)

Num projeto de arquitetura, o cliente tem duas funções primordiais: primeiro, a vontade de fazer, e, depois, ajudar a definir bem o programa-base. Quanto mais cúmplice for essa relação, mais fácil é.  Nós já eramos amigos, mas também foi importante não estragar a relação, que às vezes acontece!  Diz-se muitas vezes que o arquiteto foge de desenhar a sua própria casa. No teu caso, que continuas a ter um arquiteto bem vivo dentro de ti, acabaste por desenhar muito esta casa. Isto é claramente uma parceria, uma co-autoria. Todos os dias olhas e pensas, hoje já fazia de outra forma… ou não? (Miguel Martins Santos)

Olha que, por acaso, foi uma coisa na qual não pensei muito (estragar a amizade) por vezes sou um bocadinho inconsequente. Mas apesar disso, correu bem! Até porque a amizade permite-nos ser mais honestos, permite-nos parar e dizer “calma, vamos fazer assim, vamos fazer assado”. Entraste no processo muito cedo, ainda antes de comprar o terreno. Liguei-te para saber o que achavas deste terreno, que não era nada óbvio, mas que tinha algum valor para mim. Os arquitetos têm essa facilidade de olhar para terrenos ou para casas que são para reabilitar e ver já o final. Qualquer pessoa que esteja na localização onde nos encontramos neste momento é capaz de dizer “não, nem pensar, vou procurar outro terreno”. E aqui resolveu-se com arquitetura, de facto. E é verdade o que dizes, tenho um arquiteto bem vivo dentro de mim que usou esta casa como uma caixa de experiências, um sítio onde experimentei duas ou três coisas que não tinha a certeza se iriam funcionar, mas que tinha mesmo de testar. O desenho da casa, a escolha dos acabamentos, o objetivo é que sejam espaços vividos. Portanto, não, não mudava coisa nenhuma, está delicioso, extraordinário. Eu acho que a casa está super eclética e tem coisas que me dizem muito. Algumas com 400 anos, outras com 300, outras com 100, outras com nenhum, outras do Ikea. A família ainda está num processo de habituação, porque realmente houve aqui um grande aumento de escala, estávamos habituados a estar os quatro todos juntos, na mesma divisão, e aqui há espaço, há eco, a voz já não viaja tão bem de uma divisão para a outra. Projetar uma casa e habitá-la é um processo, uma aprendizagem, sem livro de instruções. E ainda bem. (Pepe Rapazote)

A arquitetura, e isso é um dos pontos de contacto que tem com o teatro, é obviamente um trabalho de grupo, um trabalho de equipa. Não consegues fazer uma excelente peça de teatro se fores o único ator fabuloso e os outros forem todos razoáveis ou maus. (Miguel Martins Santos)

Para além da equipa do Fragmentos, que foi incansável, queria referir aqui uma terceira entidade – o engenheiro Fernando Domingos da Socifago – que ficou um grande amigo para sempre. O Fernando trouxe muito e também aprendeu muito nesta obra. Eu tenho aqui elementos, por exemplo, o betão polido do chão, que tinha tudo para correr mal, mas que acabou por correr muito bem e que acredito que se voltará a repetir. Arquitetos e não arquitetos sabem a importância de um bom empreiteiro, de um que sabe ouvir, que é flexível e respeita os desenhos. Em pré-adolescente lembro-me de pensar “Bom, acho que aquele senhor está a fazer isto mal, mas quem sou eu, tenho 13 anos, não tenho experiência nenhuma e este senhor faz isto há muito”, humildade, modéstia (risos). Depois percebi que estava mesmo a fazer mal… e tinha 75 anos. Portanto, quando ouvimos aquela coisa do “eu faço isto há 50 anos”, muito bem, então faz isto mal há 50 anos. A antiguidade não nos dá competência, quando muito, dá-nos incompetência e uma incapacidade em reconhecer os erros e melhorar. Saber reconhecer isto, quer para um empreiteiro, quer para um arquiteto, é fundamental para um bom projeto. Fazer projetos sozinho é uma coisa impensável. E eu aqui estive sempre muito presente nas várias fases até menos como cliente do que como parte desta equipa. (Pepe Rapazote)

No limite, como um projeto nunca está feito, uma peça de teatro nunca está suficientemente ensaiada, porque há sempre qualquer coisa… Depois de habitado, depois de virem cá os teus amigos, a tua família, de veres como é que as pessoas se movimentam, como é que usam a casa, é que podemos dizer que o projeto está concluído. (Miguel Martins Santos)

Há um boost gigantesco com a estreia e há um boost gigantesco com a construção e, claro, com o habitar. A casa ganha vida com a família e vai evoluindo com ela. Por exemplo, quando alguém está nos azeites, a casa leva por tabela. A casa e os autores do projeto. Se sentires as orelhas quentes às onze da noite já sabes o que é! (Pepe Rapazote)