A escassos metros do Castelo de Tavira, no extenso logradouro de um edifício em ruína, está a nascer um conjunto habitacional composto por 13 apartamentos que constituem frações autónomas de tipologia T2 e T3 em duplex.
A fachada com frente para a Rua Miguel Bombarda será reabilitada e o edifício ampliado para criar apartamentos com espaços exteriores privados. A torre existente no terreno, identificada como pertencente à cintura defensiva medieval da cidade de Tavira, será preservada como memória histórica e integrada num dos fogos.
Os restantes blocos habitacionais desenvolvem-se em L no antigo logradouro, em parte adoçados ao muro limítrofe existente, e os acessos pelo exterior a cada fogo traduzem o conceito de moradia geminada. O pátio, presente quer na reabilitação, quer na construção nova, resulta numa componente essencial na maximização da luz natural e na ordenação do espaço e respetiva vivência, imprimindo organicidade, sequência e multiplicidade no uso.
Nos pisos superiores a volumetria solta-se e, através de recuos e avanços, promovendo espaços exteriores com maior privacidade. A introdução de terraços e açoteias, características incontornáveis da arquitetura vernácula algarvia, pretende criar uma ténue combinação entre o património regional e a abordagem contemporânea, enquanto a fragmentação tenta aproximar o conjunto do tradicional desenho da envolvente urbana do centro histórico de Tavira.