Catarina junta-se à equipa do Fragmentos em 2022 com o desafio de criar um Departamento de Design de Interiores. Em 2023 começa a formar equipa e hoje, o trabalho do Departamento tem grande preponderância nos projetos do atelier. Leia a biografia completa aqui.
Juntou-se à equipa do Fragmentos muito recentemente com o desafio de criar um Departamento de Design de Interiores. Como é que foi este primeiro ano e meio?
Este primeiro ano e meio foi bastante gratificante. Para além da vontade de criar um Departamento de Interiores, houve uma enorme vontade de me integrar, de fazer parte do Fragmentos, das suas equipas compostas por pessoas únicas e de colaborar nos projetos do atelier. Extremamente gratificante poder acrescentar aos projetos do Fragmentos o meu olhar, mais de dentro para fora, numa escala menor, de mais de pormenor. Foram sem dúvida meses intensos, cheios de desafios, mas hoje podemos olhar para trás e dizer que já temos um departamento de interiores do qual tenho o maior orgulho!
Para além de ter colaborado com ateliers nacionais e internacionais, assinou projetos em nome individual. Quais as vantagens e desvantagens destes dois contextos de trabalho?
Sobre esta questão, gostaria de referir a importância da experiência internacional na minha vida. Na realidade foram dois momentos diferentes com experiências distintas. Num primeiro momento, tive o privilégio de trabalhar num país anglo-saxónico, onde aprendi a ter um olhar muito mais pragmático sobre a nossa profissão. A minha segunda experiência internacional foi a trabalhar num país asiático, onde o papel do arquiteto é muito respeitado e considerado, a responsabilidade é enorme quando se trabalha num contexto assim! No que diz respeito ao facto de trabalhar a título individual ou em nome coletivo, para mim a postura é a mesma, entrego-me da mesma forma, tenho o mesmo sentido de responsabilidade, dou o mesmo de mim. Neste sentido não aponto grandes diferenças entre as duas modalidades.
Na sua carreira assinou projetos com diferentes usos escalas, com grande foco na habitação e no turismo. O que é mais desafiante?
Sim, na minha vida profissional trabalhei sobretudo em Arquitetura de Interiores e em Habitação e Hotelaria.
Os desafios são completamente diferentes. Na habitação unipessoal diria que há quase um trabalho a várias mãos, na medida em que o cliente final existe, geralmente, de uma forma muito presente, já na hotelaria as condicionantes são variadas, quer a nível de funcionalidade, quer a nível criativo e de narrativa, geralmente temos de criar uma história para contar. E isto assume um grande impacto no nosso trabalho. Em resumo, ambos os contextos oferecem desafios estimulantes que exigem conhecimento e criatividade para superá-los. Ao longo da minha carreira, tive a oportunidade de trabalhar em diversos projetos significativos, projetos marcantes que me permitiram ver o impacto positivo do meu trabalho na vida e na satisfação dos clientes. Cada projeto trouxe aprendizagens valiosas e uma sensação de realização ao fazer a diferença na vida das pessoas através da arquitetura. No entanto, quando sentimos a verdadeira felicidade e satisfação dos clientes, estes são os projectos que mais nos marcam
O que a inspira? Que tendências ou ideias da arquitetura de interiores tem marcado o seu trabalho?
No meu trabalho, sou inspirada por diversas fontes. A natureza é uma das minhas principais fontes de inspiração, observar como se adapta às adversidades e como a luz e a sombra interagem com os espaços. A arte também me inspira, desde as obras mais clássicas até às mais contemporâneas, encontro inspiração nos diferentes estilos e técnicas artísticas. A moda e a alta-costura também são uma grande fonte de inspiração para mim. Sou apaixonada pela beleza estética e pela atenção aos detalhes que se encontra nestas áreas. Procuro incorporar essa estética refinada nos meus projetos de Arquitetura de Interiores.
No entanto, mais do que seguir tendências, o que marca o meu trabalho são os valores que considero essenciais.
A intemporalidade é algo em que acredito, procurando sempre criar espaços que resistam ao teste do tempo e não sejam afetados por modas passageiras. A portugalidade é um valor que considero importante quando trabalho em projetos no meu país, valorizando a cultura local e incorporando elementos distintivos da identidade portuguesa. A sustentabilidade também é um valor fundamental para mim. Procuro utilizar materiais e técnicas de construção sustentáveis, minimizando o impacto ambiental dos meus projetos. Acredito na importância de criar espaços que sejam saudáveis para o ambiente e para as pessoas que os utilizam.
Para além disto, sou movida por uma curiosidade constante. Estou sempre em busca de novas soluções, materiais e combinações que me permitam criar espaços únicos e inovadores. Acredito que esta curiosidade e vontade de explorar novas possibilidades é o que mantém o meu trabalho dinâmico e em constante evolução.