Os cinco pisos acima do solo que distribuem 35 apartamentos, desenvolvem-se em socalcos direcionados para norte e poente. A tardoz, os socalcos vão recuando em altura, permitindo libertar as vistas mar a sul. Neste alçado, desenrolam-se predominantemente as zonas sociais das frações, rematadas por terraços a toda a largura, privilegiando a exposição solar e a vista sobre a baía de Cascais. A transparência predomina nesta fachada, feita de grandes planos envidraçados que trazem o exterior e a proximidade com o mar para o interior das habitações. Esta transparência contrasta com a fachada principal, correspondente à parte convexa do edifício. Esta apresenta-se opaca, com vãos contidos e alinhados na vertical, protegendo o edifício do ruído e do movimento viário a poente. A disposição assimétrica dos vãos marca o ritmo desta fachada e as molduras em azulejo azul evocam o oceano e antecipam o enquadramento que se abre a tardoz. O paisagismo representa uma componente fundamental do projeto, funcionando como elo que une os vários lotes. A implantação em L, permitiu criar um amplo espaço exterior protegido dos ventos e debruçado sobre o mar, que se integra e mistura com os restantes espaços verdes que pontuam o quarteirão. Os espaços verdes públicos e privados são elementos marcantes de todo o empreendimento, constituindo uma verdadeira barreira de proteção e integração do património classificado. As assimetrias e formas orgânicas e a utilização de espécies autóctones e de fácil manutenção criam um conjunto que, em simultâneo, contrasta e complementa a materialidade das fachadas.