Museu Quake
O reconhecimento e estudo aprofundado de um importante acontecimento na história de Portugal
O conjunto estende-se por dois volumes, separados pelo vazio do logradouro e unidos por um corpo de ligação horizontal.
O principal desafio temático deste museu foi a comunicação deste acontecimento específico e de todo o contexto histórico e científico com ele relacionado, de uma forma inovadora, com recurso a soluções técnicas contemporâneas (tecnologia 4D imersiva) que atraíssem todos os tipos de visitantes. Por outro lado, o grande desafio arquitetónico deste edifício foi o de conseguir as melhores condições para o desenvolvimento do programa expositivo, tendo sempre presente as necessidades do fluxo e interação do publico nas diferentes áreas do museu, e a articulação com a complexidade técnica inerente ao programa. Complementarmente pretendeu-se que o edifício fosse mais uma referência arquitetónica nesta zona da cidade, sem querer, no entanto, que ganhasse um protagonismo excessivo, de modo a não se sobrepor ao próprio conteúdo da própria exposição.
Em termos formais, o conjunto estende-se por dois volumes, separados pelo vazio do logradouro e unidos por um corpo de ligação horizontal. O volume sul, constitui-se maioritariamente como a zona social do Quake, sendo o volume norte inteiramente ocupado pelos conteúdos expositivos. Faz-se a entrada do Quake pelo lado poente, vindo da praça do Museu dos Coches para o átrio de receção, de pé direito duplo, e contiguo a um pátio exterior, que pontua e ilumina toda a área de chegada e social (loja e cafetaria, no piso superior). Este é alias um dos poucos vãos existentes em todo o edifício. Os outros estão localizados “cirurgicamente” mediante pontos de vista complementares ao percurso expositivo.
Localização, Lisboa, Portugal
Cliente, Turcultur
Área, 1.700 m2
Fase, Construído
Ano, 2016 - 2022
Arquitetura, Jorge Ferreira, Marcus Cerdeira, Rita Costa (in-house)
Especialidades, Projectual
Fiscalização, Ricardina Valente
Construtora, Tecnovia
Luminotecnia, Light Design
Medições, Coopas
Museografia, Joravision
Arquitetura paisagista, Sofia Raimundo
Fotografia, Francisco Nogueira
Para mais detalhes, Pinterest
A distribuição funcional e os fluxos são de organização simples e clara, estando delineado um percurso que parte do piso intermedio para o inferior e depois para o superior, percorrendo todos os conteúdos expositivos que se vão percorrendo em salas sucessivas, com diferentes temáticas incluindo uma viagem no tempo.
O edifício é um bloco sólido, encastrado na terra, cuja pele é composta por painéis verticais de betão pré-fabricado, com estereotomia e texturas variáveis. Este caráter “massivo e telúrico”, relaciona-se diretamente com o peso da historia, e com todo o imaginário e realidade dos fenómenos naturais, sociais e históricos que nele se relatam.